sábado, 2 de junho de 2012

Desenvolvimento Sensorial


Começa tudo ainda na gravidez quando, nas primeiras semanas, os sentidos do bebé começam a funcionar. Este capta visões, os cheiros, os sons e todos os contactos com o mundo novo. São estes os 5 sentidos : o Paladar, a Visão, o Olfacto, a Audição e o Tacto



Visão

A visão de um recém-nascido é apropriada para que reconheça as coisas mais importantes do mundo como reconhecer as faces do pais. Embora consiga ver a longas distâncias, o bebevê melhor a uma distância de 20 a 35 centimetros. A visão é um sentido que se vai aperfeiçoando ao longo da idade sendo que os bebes preferem cores contraditorias do que cores parecidas.


 Audição

A audição é um sentido activo mesmo antes do nascimento. O bebe no útero da mãe é capaz de escutar o batimento cardíaco da mãe e até a sua voz. Depois do nascimento os sons chegam-lhe com mais volume.


Olfacto

O olfacto acompanhado da visão é um sentido que se vai aperfeiçoando ao longo da idade do bebe, O recém-nascido é capaz de localizar a proveniência dos odores e distingui-los.
Bebés com 6 dias de vida, que estejam a ser amamentados, demonstram preferências por compressas com o odor do seio da sua mãe, em comparação com o de outra mulher que esteja a amamentar, embora tal facto não se verifique em bebés com apenas dois dias de vida, sugerindo, assim, que os bebés precisam da experiência de alguns dias para aprenderem a conhecer o odor das suas mães. Os bebés que são alimentados a biberão não são capazes de efectuar esta distinção.


Paladar

O paladar é o sentido mais apurado à nascença, pois os bebés têm-se mostrado capazes de distinguir o sabor doce do amargo, é provavelmente um mecanismo de defesa vito que as substâncias amargas muitas vezes são tóxicas.
O leite materno é bastante doce, tal como os alimentos, legumes e frutos que desde cedo passam a fazer parte da dieta alimentar do bebé.

Tacto

Os sentidos cutâneos responsáveis pela sensibilidade ao tacto, à pressão, à dor e à temperatura, estão funcionais desde o momento do nascimento, embora a sensibilidade cutânea aumente durante os primeiros dias e semanas após o nascimento sendo também os recém-nascidos são também sensíveis ao ritmo



Desenvolvimento Moral


O raciocínio moral refere-se ao modo como consideramos certo ou errado um dado acto ou uma dada acção. O modo como o desenvolvimento moral se desenvolve diz respeito à idade em que a criança poderá ser considerada moralmente responsável e está ligado ao desenvolvimento cognitivo. Uma das grandes preocupações dos adultos, principalmente dos pais, no que diz respeito ao desenvolvimento moral prende-se com o facto de estes querem que os seus filhos apresentem comportamentos adequados, que não violem as regras. Assim, podemos afirmar que aquilo que os pais esperam é que os seus filhos apresentem uma série de padrões de comportamentos concordantes com as leis em vigor, não entrando em rota de colisão com as mesmas.
Neste âmbito, sobressaem os trabalhos realizados por Piaget e por Kohlberg.
Piaget, a partir de experiencias e observações propôs que a forma como as crianças lidam com as regras se modifica no decorrer do desenvolvimento. Assim, segundo as suas investigações, concluiu que existem diferenças na forma como crianças diferentes e de diferentes idades respeitam as regras. Desta forma, Piaget distinguiu as fases de heteronomia e autonomia moral.
Na fase de heteronomia moral, as crianças estão sujeitas a regras que provêm do exterior, sendo essas regras encaradas como sendo sagradas. As regras são vistas como imutáveis e absolutas, não podendo ser alteradas. As crianças julgam as acções como sendo boas ou más com base nas consequências dos seus actos, independentemente das intenções do sujeito. O desrespeito pelas regras deve levar a punições, e só respeito a uma autoridade e que leva as crianças a seguirem os padrões de comportamentos estabelecidos, visto que as regras são vistas como lhes sendo exterior. As crianças tendem a considerar que sempre que alguém é punido é porque fez algo de errado. Por exemplo, a uma criança que deixa cair um rebuçado, não lhe deve ser dado outro. Por outro lado, na fase de autonomia moral o sujeito constrói as suas regras morais que interioriza e cuja necessidade compreende. A criança passa a perceber as regras como estabelecidas e mantidas pelo consenso social. Por exemplo, num jogo existem regras, e essas regras só poderiam ser alteradas se todos os intervenientes no jogo concordassem.
Assim como Piaget, também Kohlberg, apesar de algumas críticas, desenvolveu os seus trabalhos sobre o desenvolvimento moral. De forma a compreender o desenvolvimento moral, Kohlberg realizou uma série de investigações com jovens e crianças dos Estados Unidos da América, China, México, Turquia e Malásia. Kohlberg fez um levantamento de dados a 75 rapazes da zona de Chicago, de classe média, divididos em três grupos, de 10, 13 e 16 anos. Seguindo o método de entrevistas inspirado Piaget, o entrevistador apresentou aos diversos sujeitos dilemas morais hipotéticos que deviam ser analisados, e quando respondidos, devidamente justificados. Este estudo permitiu verificar que a uma faixa etária está associado um raciocínio moral. Assim, e com base nas respostas e raciocínios apresentados, Kohlberg definiu estádios de desenvolvimento moral. O dilema mais conhecido de Kohlberg é o seguinte:


PARTE I
Numa cidade europeia uma mulher estava a morrer de cancro. Um medicamento descoberto recentemente por um farmacêutico dessa cidade podia salvar-lhe a vida. A descoberta desse medicamento tinha custado muito dinheiro ao farmacêutico, que agora pedia dez vezes mais por uma pequena porção desse remédio. Henrique (Heinz), o marido da mulher que estava a morrer, foi ter com as pessoas suas conhecidas para lhe emprestarem o dinheiro pedido pelo farmacêutico. Foi ter, então com o farmacêutico, contou-lhe que a sua mulher estava a morrer e pediu-lhe para o deixar levar o medicamento mais barato. Em alternativa, pediu-lhe para o deixar levar o medicamento, pagando mais tarde a metade do dinheiro que ainda lhe faltava. O farmacêutico respondeu que não, que tinha descoberto o medicamento e que queria ganhar dinheiro com a sua descoberta. Heinz, que tinha feito tudo ao seu alcance para comprar o medicamento, ficou desesperado e estava a pensar assaltar a farmácia e roubar o medicamento para a sua mulher.
  •          Deve Heinz assaltar a farmácia para roubar o medicamento para salvar a sua mulher?
  •          Se não amasse a sua mulher, Heinz deveria roubar o medicamento?
  •          E deveria Heinz assaltar a farmácia para roubar o medicamento para salvar a vida de um desconhecido?
  •          E se em vez de um desconhecido, fosse um animal de estimação?
PARTE II
Supondo que Heinz assaltava a Farmácia. A notícia do roubo aparecia no jornal. Brown, um polícia que conhecia Heinz, leu a notícia e lembrou-se de o ter visto a sair a correr da tal Farmácia. Como era amigo de Heinz, e conhecendo o seu caso, perguntou a si mesmo se deveria denunciá-lo.
  •          Deve o polícia acusar o Heinz de roubo ou ir contra o seu código deontológico?



PARTE III
Supondo que Brown prendia Heinz e este era levado a tribunal, compete agora ao Juiz determinar qual a sua sentença.
  •          Deve o Juiz condenar Heinz ou suspender a pena e libertá-lo? Porquê?
  •          No lugar de Brown escolheria a amizade ou o cumprir da lei?
  •          O que faria no lugar de Heinz? Cumpriria a lei ou roubava o medicamento?
Com base neste tipo de questões e dilemas, Kholberg elaborou uma teoria na qual o desenvolvimento moral se processa a três níveis, cada um subdividido em dois estádios.


Nível 1: Moralidade Pré-Convencional
  •          Crianças até aos 9 anos, alguns adolescentes e grande parte dos delinquentes.
  •          A moralidade e externa ao sujeito, este evita a punição para obter recompensas pessoais.
Estádio 1: Orientação para a punição e obediência
  •          A criança assume um ponto de vista meramente egocêntrico.
  •          A criança obedece ás figuras de autoridade e evita infringir as leis para não ser punida.
  •          Uma má acção depende das suas consequências, não das intenções subjacentes.
  •          Não há uma verdadeira noção de regra.
Estádio 2: Individualismo e troca experimental
  •          A acção correcta é aquela que satisfaz as necessidades do próprio indivíduo e só ocasionalmente a dos outros.
  •          Só se devem fazer as coisas aos outros se existir essa mesma reciprocidade da parte deles.
  •          A gravidade de uma acção já depende, em parte, da intenção do autor.
  •          Não há uma verdadeira noção de regra.
Nível 2: Moralidade Convencional
  •          A maior parte das pessoas fica por aqui, não avança mais.
  •          Interiorização e adopção das regras morais.
  •          Considera-se correcto aquilo que está conforme e que respeita as regras, as expectativas e as convenções da sociedade.
Estádio 3: Expectativas interpessoais mútuas
  •          Orientação para a aprovação e para agradar aos outros.
  •          Saber colocar-se na posição dos outros.
  •          Ir de encontro ás expectativas dos outros.
Estádio 4: Sistema e consciência social
  •          Aquele que infringir a lei deverá ser punido.
  •          Manutenção da ordem e da autoridade
  •          Preocupação com a sociedade.
  •          Cumprimento dos deveres para a manutenção da ordem social.
Nível 3: Moralidade Pós-Convencional
  •          Poucos adultos atingem este nível.
  •          Não existem soluções fáceis.
  •          Os princípios morais são internalizados e tornam-se individualizados.
Estádio 5: Contrato social
  •          As leis e as normas não se tomam como um facto consumado.
  •          O comportamento moral expressa a vontade da maioria ou maximiza o bem-estar social.
  •          A vida e a liberdade são valores que devem ser respeitados e salvaguardados.
  •          Utilização dos processos democráticos para modificar a lei e melhorar a sociedade.
Estádio 6: Princípios éticos universais
  •          Comportamento moral interiorizado, mas respeitando sempre princípios universais.
  •          A “consciência” própria dirige o comportamento moral.
  •          Devemos seguir os princípios éticos por nos escolhidos.
  •          Quando a lei viola os princípios éticos, a pessoa deve seguir esses princípios violando a lei.
  •          Os princípios de justiça são eternos e universais, pois estão presentes em todas as sociedades e culturas.
A teoria psicossocial  de Erikson



 




A teoria de Erikson da um elevado ênfase nos aspectos psicossociais, e rege-se segundo alguns pressupostos.
Na sua teoria Erikson afirma que a energia que guia o desenvolvimento provém da natureza psicossocial, valorizando assim a interacção que existe entre a personalidade e o meio social.
O desenvolvimento é um processo contínuo, que inicia-se desde onde nascemos até ao fim da nossa vida, neste ponto Erikson discorda de Freud, que reduz o desenvolvimento às fases da infância e adolescência. Na sua teoria Erikson apresenta oito estádios de desenvolvimento pessoais, e a personalidade da pessoa constrói-se á medida que progride nos estádios de desenvolvimento, em cada um destes estádios manifesta-se uma crise que é vivida em função dos aspectos biológicos, individuais e sociais. Essa crise não é mais que um conflito ou dilema que deve ser resolvido, existindo sempre uma solução positiva ou negativa
Os conflitos estão, desde o nascimento, latentes ao indivíduo, só se tornando patentes e predominantes em determinadas fases da vida, quando são resolvidos de forma positiva, resultam num equilíbrio e saúde mental enquanto as soluções que se revelam negativas, levam a um desajustamento e ao sentimento de fracasso.
É de realçar que ajustamentos ou desajustamentos não são estados definitivos, o indivíduo pode passar por experiencias positivas ou negativas que contrariem vivencias tidas em estádios anteriores. 
Na sua teoria psicossocial do desenvolvimento Erikson apresenta oito estádios de desenvolvimento, os quatro primeiros estádios são enquanto bebé e na infância, e os quatro últimos na idade adulta e velhice. A formação da idade acontece nos primeiros quatro estádios. Erikson dá muita importância ao período da adolescência, pois é a idade onde ocorre a transição da infância para a idade adulta, e onde ocorrem vivencias importância para a personalidade adulta. Cada estádio é importante para o desenvolvimento pessoal, e não podemos atribuir um período específico para cada um deles.
Os oito estádios são:
1.       Confiança vs Desconfiança;
2.       Autonomia vs Vergonha e dúvida;
3.       Iniciativa vs Culpa;
4.       Industria vs Inferioridade;
5.       Identidade vs Confusão de identidade;
6.       Intimidade vs Isolamento;
7.       Generatividade vs Estagnação;
8.       Integridade vs Desespero.

Através da teoria psicossocial de Erikson percebemos que o nosso desenvolvimento atravessa várias fases, onde temos de ser capazes de resolver as crises que nos são ditadas em cada estádio. Cada estádio de desenvolvimento corresponde a uma etapa da nossa vida,  a qual devemos transpor.

Erikson dá muita importância á adolescência que é, a nosso ver, a fase do desenvolvimento que irá ditar a nossa personalidade na vida adulta, uma fase muito importante que se reflectirá no resto da nossa vida.Segundo Erikson a adolescência corresponde à transição da infância para a idade adulta, e é nesta etapa ocorrem as experiências que ditarão a nossa personalidade enquanto pessoa adulta.  


Estimulação precoce




A intervenção precoce é um termo e um conceito relativamente recente. Os primeiros trabalhos/programas surgiram nos anos 50 e relacionam-se com o desenvolvimento de um ramo da psicologia que até essa data não tinha suscitado muito interesse: o da psicologia infantil, uma vez que, subjacente à elaboração subjacente à elaboração de qualquer programa de intervenção precoce tem que existir um conhecimento aprofundado do desenvolvimento da criança.


O aparecimento da intervenção precoce:
A acompanhar o interesse pelo desenvolvimento infantil normal no início do século XX, e, mais especificamente pelas experiências precoces na formação da personalidade, alguns investigadores começaram a interessar-se pelo desenvolvimento de crianças de risco. Gesell, por exemplo, fez estudos com bebés prematuros e com crianças com Trissomia 21.
Assim, temos notícia de um estudo realizado em 1939 de Skeels e Dye e que foi resultado quase de um acaso mas que serviu de base a muitos outros trabalhos de investigação e prática a nível da intervenção precoce.
Dois bebés de 13 e 16 meses que residiam num orfanato foram transferidos para uma enfermaria de mulheres adultas com deficiência mental. Na altura da transferência, os bebés “não respondiam a estímulos, não tinham tónus muscular, estavam inactivas, choravam muito e passavam o dia a balançar; o seu QI estimado era de 35 /46 “. Ao fim de seis meses passados na enfermaria, foram reavaliadas e o seu QI tinha aumentado para cerca de 80 e alguns meses mais tarde para cerca de 90. Os investigadores descobriram que as crianças tinham estado sujeitas a grande estimulação: tinham a atenção de todas as doentes e do pessoal e tinham brinquedos.
Assim, os mesmos investigadores conseguiram autorização para repetir a experiência, agora de forma mais objectiva. Treze bebés foram entregues a jovens adolescentes com uma ligeira deficiência mental que foram ensinadas a cuidar deles e a estimulá-los. Cada adolescente ficou com um bebé “a cargo”. Optou-se ainda por colocar os bebés numa creche a meio tempo. O estudo do desenvolvimento destes treze bebés prolongou-se por 25 anos. Ao fim de dois anos, 11 das 13 crianças tinham um aumento médio de 27,5 pontos a nível de QI. O grau médio de escolaridade atingido foi o 12º ano e 4 frequentaram a universidade. O grupo que serviu de comparação era composto por 12 crianças, das quais 2 tinham deficiência mental. Ao fim dos mesmos 25 anos, o nível médio de escolaridade destas crianças era o 3º ano de escolaridade e 4 continuavam institucionalizadas. A perda de QI foi de cerca de 26 pontos.
Nos anos 40, a 2ª guerra mundial trouxe inúmeras consequências económicas, políticas e também sociais. Os órfãos de guerra suscitaram inúmeros estudos sobre os efeitos da institucionalização no desenvolvimento destas crianças. Muitos destes estudos demonstraram claramente o impacto negativo do isolamento, da falta de estimulação e da privação da figura materna no desenvolvimento físico, cognitivo e emocional da criançaReforça-se a importância da interacção criança - meio.